RESPEITO AO CONSUMIDOR!

Não queremos DESCULPAS!
Não aceitamos o SUBORNO de troca de mercadoria!
QUEREMOS RESPEITO, para não continuarmos a comer comida podre, com bichos, com cocô!

domingo, 19 de março de 2017

CUIDADO COM O LEITE: FIQUE DE OLHO!




Estudo encontra coliformes 

em 70% do leite produzido em usinas de SP






Do UOL Ciência e Saúde*



Em São Paulo




Estudo realizado na Escola de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP (Universidade de São Paulo) em Piracicaba, verificou a qualidade do leite cru de três laticínios localizados nos municípios de Brotas, Pirassununga e Piracicaba, todos no Estado de São Paulo, e revelou que ao menos 70% do leite destas usinas estavam com elevada contaminação por coliformes totais e fecais. 

Os índices de coliformes fecais funcionam como indicadores higiênico-sanitários, já que determinam se o produto sofre ou não contaminação por fezes de animais ou do homem.

Além da avaliação microbiológica do leite cru, também foi aplicado um questionário para verificar os procedimentos higiênicos-sanitários das fazendas. No estudo, foram avaliadas as 25 fazendas que abastecem cada laticínio, totalizando 75 propriedades.

De acordo com o estudo, das 75 fazendas, 77,3% apresentaram condições insatisfatórias de produção de leite, higienização de equipamentos e infraestrutura. Quanto à enumeração de coliformes totais, as amostras de leite apresentaram 86%, na usina A, 75%, na usina B, e 72%, na usina C, de contagens acima do nível de coliformes totais aceitável.

Para Tarsila Mendes de Camargo, pesquisadora que liderou o estudo, muitos fazendeiros conhecem e aplicam as medidas preconizadas na regulamentação sanitária do Ministério da Agricultura (IN 51), porém são displicentes na sua aplicação. O documento estabelece critérios para a produção, identidade e qualidade do leite. Um dos principais objetivos é garantir a refrigeração do leite a 4° C, com o intuito de limitar o desenvolvimento de micro-organismos. Porém esta prática deve vir juntamente com a higiene na ordenha, limpeza adequada dos equipamentos e mão de obra qualificada.

“Muitos fazendeiros lavam o úbere da vaca, mas ou não secam ou o fazem com com panos sujos, ao invés de toalhas descartáveis. Muitos, utilizam a ordenha mecânica e, depois, não a higienizam corretamente. Com isso, a higiene do local e do produto (leite cru) fica comprometida”, relatou a pesquisadora à Agência USP de Notícias. Segundo ela, “é no estábulo de ordenha que o leite recebe as maiores contaminações”.

O estudo também indicou que algumas fazendas seguem as práticas da IN 51 e produzem um leite cru de alta qualidade. No entanto, embora o leite individual de alguns produtores tivesse contaminação muito baixa, o resultado final do conjunto de produtores é um leite insatisfatório.

Como explica o orientador do trabalho, o professor Ernani Porto, o mau produtor anula o trabalho do bom, pois quando o leite de alta qualidade chega nas usinas dos grandes laticínios, ele é misturado com o leite de outras fazendas que possuem um leite de baixa qualidade ou contaminado.

O estudo também procurou identificar a bactéria Listeria monocytogenes, responsável por causar infecção severa no organismo e outras doenças, como meningite e encefalite. Contudo, a análise do leite das 75 fazendas não identificou a presença dessa bactéria.



* Com informações da Agência USP de Notícias

BOCA A BOCA NEGATIVO TAMBÉM DÓI NO BOLSO







POR QUE INSISTIMOS NA DENÚNCIA, EM CASO DE ALIMENTOS "COM COCÔ"?


PORQUE A INTENÇÃO É DESPERTAR A RESPONSABILIDADE DA EMPRESA. É FAZER COM QUE AS EMPRESAS DE ALIMENTO TENHAM RESPEITO PELO CONSUMIDOR.



UM PROCESSO PODE TRAZER SATISFAÇÃO A QUEM GANHA ALGUNS REAIS, MAS É UM NADA NA CONTABILIDADE DA EMPRESA.



JÁ UMA DENÚNCIA PÚBLICA COLOCA EM XEQUE A CREDIBILIDADE DA EMPRESA E PODE PROVOCAR MAIS ESTRAGOS DO QUE IMAGINAMOS.



POR ISSO, RECOMENDO A LEITURA DA REPORTAGEM ABAIXO, PARA ENTENDER COMO ISSO FUNCIONA;





Reclamação de clientes pode afetar não só a imagem, mas o valor das empresas 


OESP/29 de abril de 2013 
MARINA GAZZONI - O Estado de S.Paulo



A reclamação de clientes pode afetar não só a imagem, mas o desempenho financeiro e o valor de mercado das empresas, conclui uma pesquisa do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper).



Para estudar o fenômeno, a pesquisa do Insper avaliou a relação entre o volume de queixas contra as operadoras de telefonia na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e seus dados financeiros entre o período de 2005 e 2010. 



O problema começa a pesar no bolso das empresas quando as reclamações podem abalar sua capacidade de conseguir receitas futuras, concluem os pesquisadores do Insper Danny Claro e Fabio Fragoso. 



"Os consumidores insatisfeitos podem deixar de comprar produtos de uma empresa. E, com a marca danificada, ela terá mais dificuldade de conquistar novos clientes", afirma Claro.

"Existe um nível de insatisfação de clientes com o qual a empresa pode conviver. Acima disso, as reclamações podem afetar o valor da companhia", completa Fragoso. 


No caso específico das empresas de telefonia móvel, a pesquisa do Insper aponta que, quando as reclamações na Anatel superam o índice de 0,4 queixas por mil linhas ativas, o resultado de uma operadora poderá ser comprometido. 



Na maioria dos outros setores, não é possível se chegar a uma métrica tão clara para avaliar quantas reclamações as empresas podem suportar antes de ter seu valor de mercado prejudicado. Mas não faltam casos em que crises de imagem se refletem nas ações da companhia na bolsa de valores.



Um dos casos mais famosos é o de um cantor que colocou um vídeo no site YouTube para protestar contra a quebra do seu violão ocorrida em um voo da companhia americana United Airlines, em 2009.



Em quatro dias, o vídeo teve 4 milhões de acessos e sua repercussão foi apontada na época como motivo para a queda de cerca de 10% na cotação das ações da empresa.



Redes sociais. A insatisfação dos clientes se tornou uma dor de cabeça maior para empresas de todos os setores com a popularização de redes sociais em todo o mundo.



O ato de reclamar de um serviço ou produto ruim para um amigo pode agora alcançar centenas de pessoas com um único comentário no Facebook, por exemplo. 



"Tudo o que uma empresa gastou em marketing para construir uma marca pode ser arranhado por um único consumidor insatisfeito", diz a consultora e professora de marketing digital da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Sandra Turchi.



De acordo com Sandra, a solução é tentar prevenir que uma enxurrada de críticas ou uma única reclamação contra determinada empresa ganhe força na internet. 



"As empresas investem muito em campanhas para atrair novos clientes. Mas, às vezes, perdem um novo consumidor porque deixaram uma queixa no 'Reclame Aqui' sem resposta na primeira página do resultado da busca pela marca no Google", explica Sandra. 



Prevenção. Para evitar que o dano à imagem chegue ao caixa da empresa, muitas companhias passaram a direcionar parte de seu orçamento de marketing para monitorar sua imagem em redes sociais.



O atendimento, em geral, é feito por agências especializadas em mídias digitais, munidas de equipe e softwares focados em identificar e responder qualquer comentário feito por um internauta sobre uma marca nas redes sociais. 



O publicitário Gabriel Borges, presidente da agência Ampfy, afirma que muitos de seus clientes só começaram a pensar em uma estratégia de comunicação para redes sociais depois que viram um volume crescente de reclamações contra a empresa na internet.



"O problema força a empresa a olhar para a rede social. Depois, muitas percebem que há uma oportunidade enorme de trabalhar sua marca neste canal", afirma Borges.



Só na Ampfy há quatro softwares diferentes vasculhando a web para encontrar qualquer comentário sobre as marcas nas redes sociais.



A empresa também tem um sistema que identifica até 30 padrões de frustração do cliente para criar uma resposta adequada para cada problema.



Quem reclama de um produto com defeito, por exemplo, recebe um atendimento diferente em relação ao consumidor que fala mal do atendimento que recebeu em uma loja.



Toda essa estrutura, obviamente, é uma despesa a mais para o orçamento das empresas. Vale a pena? Depende de quanto custa perder um novo ou velho cliente, afirmam analistas. 





sexta-feira, 17 de março de 2017

OPERAÇÃO DA PF EM FRIGORÍFICOS COLOCA CARNE BRASILEIRA SOB SUSPEITA






O consumidor brasileiro não pode relaxar. Nem as autoridades. Nem a Polícia Federal, agora envolvida numa gigantesca operação de fraude contra o povo. Leia e anote bem o nome das empresas envolvidas, veja as desculpas de sempre. Assim como são sempre as mesmas desculpas, também são sempre as mesmas as empresas envolvidas em sujeira e em desrespeito ao consumidor. 





CASOS RELATADOS EM INVESTIGAÇÃO 

ENVOLVEM ALGUMAS DAS MAIORES EMPRESAS DO MUNDO

Fernando Mellis, do R7

Frigoríficos pagavam fiscais para continuar operações fora da lei

Rogério Cassimiro/Folhapress - 26.08.2008

As denúncias de que grandes frigoríficos brasileiros — pertencentes a algumas das maiores empresas do ramo no mundo — estavam pagando propina para manter produção irregular põem a carne brasileira sob suspeita, tanto de consumidores domésticos quanto de exportadores. 



A Polícia Federal investigou cerca de 40 empresas. Nesta sexta-feira (17), quando foi deflagrada a Operação Carne Fraca, o delegado responsável, Maurício Moscardi Grillo, destacou que em todas elas "tinham problemas sérios". 



— É possível que a gente tenha consumido produtos de baixa qualidade, no mínimo. Senão estragada, de qualidade inferior àquela que deveria ter sido fornecida. 



Multinacionais como a JBS (dona das marcas Friboi, Seara e Swift) e a BRF (dona da Sadia, Perdigão) são citadas nas investigações. Leia posicionamento das empresas abaixo.



A Polícia Federal chegou a pedir o fechamento de uma unidade da BRF em Mineiros (GO), mas que foi indeferida pelo juiz federal Marcos Josegrei da Silva. Antes de qualquer decisão desse tipo, ele preferiu remeter o tema ao Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).



Ministério da Agricultura "foi tomado de assalto", diz juiz





Os investigadores interceptaram ainda, com autorização da Justiça, ligações de um diretor da BRF (dona das marcas Sadia e Perdigão), André Baldissera, sobre a necessidade de intervir no Sipoa-GO (Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal em Goiás) para evitar a interrupção das operações da empresa em Mineiros.



Parte da denúncia envolvendo a BRF em Goiás envolve ainda a exportação de carne de peru contaminada.



Em conversa do executivo da BRF com interlocutores, ele fala sobre uma carga de 18 toneladas que foi devolvida por autoridades sanitárias europeias, por estar contaminada com salmonella. 



A salmonella é responsável por causar problemas gastrointestinais, como a infecção alimentar, que tem como sintomas febre, diarreia e vômito.



"Chega a causar náuseas a naturalidade com a qual ambos tratam a destinação a ser dada para a carne podre, com salmonela e altamente imprópria para consumo - colocar no digestor [para fazer ração] ou fazer mortadela", diz o juiz.



O magistrado ainda cita outro detalhe da investigação que aponta que a BRF teria decidido que "a carga seria então vendida 'para outros lados'".



O diretor de relações institucionais e governamentasi da BRF, Roney Nogueira dos Santos, foi preso preventivamente hoje. Já o vice-presidente, José Roberto Pernomian Rodrigues, foi levado pelos agentes para prestar depoimento.



Ao longo da investigação foi apurado que frigoríficos pequenos e grandes, como Seara (JBS) e BRF (Sadia e Perdigão) cometeram diversas irregularidades.



Porém, o despacho judicial destaca que (nem todos cometem todas as irregularidades adiante): reembalagem de produtos vencidos; excesso de água; inobservância da temperatura adequada das câmaras frigoríficas; assinaturas de certificados para exportação fora da sede da empresa e do Mapa, sem checagem in loco; venda de carne imprópria para o consumo humano; uso de produtos cancerígenos em doses altas para ocultar as características que impediriam o consumo pelo consumidor.



Em um caso ainda mais assustador, os donos do frigorífico gaúcho Peccin, falam sobre usar cabeça de suíno para produzir linguiça calabresa, o que eles mesmo admitem ser proibido.



"A conclusão a que se chega é a de que a menor das preocupações que possuem é a de inspecionar a adequação aos parâmetros de qualidade dos produtos que depois serão consumidos por brasileiros e, nos casos de exportação, por estrangeiros. A finalidade principal evidenciada nos relatórios policiais de monitoramento telefônico é a de obter benefícios pessoais de todas as espécies dos 'fiscalizados'. Vão de somas maiores e menores de dinheiro e passam por caixas de carnes, frango, pizzas, ração para animais, embutidos, favores diversos (de obtenção gratuita de botas e roupas de trabalho a apoio para familiar fazer teste em ecola de futebol), viagens, etc.", diz o juiz federal no despacho.



O delegado da PF, no entanto, ressalta que alguns dos fiscais corruptos que permitiam que empresas operassem na ilegalidade não tinham coragem de consumir as cestas de produtos que ganhavam. 



Outro lado



A JBS diz que três unidades (duas no Paraná e uma em Goiás) foram alvos da operação de hoje. Um veterinário da empresa, cedido ao Ministério da Agricultura também teve ordem judicial expedida contra ele.



"A JBS no Brasil e no mundo adota rigorosos padrões de qualidade, com sistemas, processos e controles que garantem a segurança alimentar e a qualidade de seus produtos. A companhia destaca ainda que possui diversas certificações emitidas por reconhecidas entidades em todo o mundo que comprovam as boas práticas adotadas na fabricação de seus produtos", diz a multinacional em nota.



Ainda no comunicado, a empresa afirma que "repudia veementemente qualquer adoção de práticas relacionadas à adulteração de produtos – seja na produção e/ou comercialização - e se mantém à disposição das autoridades com o melhor interesse em contribuir com o esclarecimento dos fatos".



A BRF informou por nota que "assegura a qualidade e a segurança de seus produtos e garante que não há nenhum risco para seus consumidores, seja no Brasil ou nos mais de 150 países em que atua". A companhia ainda declarou que está colaborando com as autoridades e que "possui rigorosos processos e controles e não compactua com práticas ilícitas".



ATÉ MERENDA ESCOLAR TEVE CARNE 

ADULTERADA, APONTA POLÍCIA FEDERAL





Pedro Ladeira/Folhapress 

Brasilia, DF,Brasil 17.03.2017

Agentes da PF cumprem mandado de busca e apreensao na sede do ministerio da agricultura, em Brasília, na operacao Carne Fraca. 


ESTELITA HASS CARAZZAI, de Curitiba

17/03/2017 

Até mesmo a merenda escolar de estudantes da rede estadual do Paraná recebeu carne adulterada investigada na Operação Carne Fraca, deflagrada nesta sexta (17) pela Polícia Federal.



Os estudantes comeram salsicha de peru, na prática, sem carne, com substituição por proteína de soja, fécula de mandioca e carne de frango.



Foi com esse contrato, cujas suspeitas foram encaminhadas por um servidor do Ministério da Agricultura à PF, que começou a investigação.



Ao longo de dois anos de apuração, a PF identificou carnes adulteradas, com prazo de validade vencido e maquiadas com produtos proibidos por lei, em gôndolas de supermercados.



Entre os frigoríficos investigados, estão algumas das maiores empresas do setor, como BRF e JBS, além de outras pequenas indústrias que são suas fornecedoras.



A liberação da carne adulterada foi feita por fiscais do Ministério da Agricultura, que recebiam propina dos frigoríficos para afrouxar a fiscalização.



Produtos vencidos e estragados eram tratados com ácido ascórbico, um produto potencialmente cancerígeno, e tinham os rótulos trocados.



"Inúmeras crianças de escolas públicas estaduais do Paraná estão se alimentando de merendas compostas por produtos vencidos, estragados e muitas vezes até cancerígenos para atender o interesse econômico desta poderosa organização criminosa", escreveu o delegado Maurício Moscardi Grillo.



CORRUPTORES



A maior parte dos frigoríficos, segundo a PF, atuava de forma ativa para se beneficiar do esquema de corrupção.



"Não havia extorsão, mas sim benefício", diz Moscardi. "Os empresários incentivavam e articulavam vantagens para a empresa, de forma a burlar a lei. Eram corruptores, e não extorquidos."



Por meio do pagamento de propinas, os frigoríficos conseguiam a transferência de fiscais considerados "capetas", que não aliviavam as fiscalizações, a liberação de plantas com ocorrências de salmonella e outras irregularidades, além da autorização da venda de produtos maquiados.



O dinheiro dado aos fiscais era entregue dentro de isopores, por transferências bancárias em nome de terceiros ou até em picanhas e outras carnes nobres.



OUTRO LADO



A JBS, por meio de sua assessoria, afirma em nota que a empresa "e suas subsidiárias atuam em absoluto cumprimento de todas as normas regulatórias em relação à produção e a comercialização de alimentos no país e no exterior e apoia as ações que visam punir o descumprimento de tais normas".



"A Companhia repudia veementemente qualquer adoção de práticas relacionadas à adulteração de produtos –seja na produção e/ou comercialização– e se mantém à disposição das autoridades com o melhor interesse em contribuir com o esclarecimento dos fatos", diz a nota.



A BRF diz, por meio de comunicado, que está colaborando com as autoridades. Ela afirma não compactuar com práticas ilícitas e que seus produtos e a comercialização deles seguem "rigorosos processos e controles"



"A BRF assegura a qualidade e a segurança de seus produtos e garante que não há nenhum risco para seus consumidores", afirma a empresa.



Em nota, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, afirma que determinou o afastamento imediato de todos os envolvidos e a instauração de procedimentos administrativos. "Todo apoio será dado à PF nas apurações. Minha determinação é tolerância zero com atos irregulares no MAPA", diz.



Ele afirma que suspendeu uma licença de dez dias que tiraria da pasta diante da deflagração da operação e que, neste momento, "toda a atenção é necessária para separarmos o joio do trigo". "Muitas ações já foram implementadas para corrigir distorções e combater a corrupção e os desvios de conduta e novas medidas serão tomadas".





A reportagem entrou em contato com o frigorífico Peccin, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

RESPEITO SE CONQUISTA COM QUALIDADE, NÃO COM PROPAGANDA







Olha aí: a Friboi, que vem gastando os tubos para firmar sua marca no mercado, escorrega no item respeito ao consumidor.

E as desculpas são sempre as mesmas: cumprimos todas as exigências etc. etc. etc.

E mais: querem sempre trocar o produto por um presente, um mimo, como forma de enganar o consumidor.

Não queremos desculpa. Queremos RESPEITO.

E RESPEITO significa:

1. assumir o erro;

2. melhorar os processos de produção;

3. fiscalizar, fiscalizar e fiscalizar: fornecedores, linha de produção, distribuidores - porque TODOS, absolutamente TODOS, são de responsabilidade da indústria, sem transferência de culpas;

4. pedir desculpas ao consumidor e não tentar chantageá-lo com mimos e presentes.

Indústria de alimentos não pode cometer erros. Então, não há desculpa. Se o consumidor denunciar sempre e não aceitar o suborno, eles vão ter que melhorar seus processos de produção, para que não tenhamos comida com cocô em nossos pratos.

Leiam a reportagem seguinte, e tirem suas conclusões:

  
17/6/2013 às 10h52 (Atualizado em 17/6/2013 às 11h02)


CONSUMIDOR COMPRA CARNE DE BOI COM VERMES NO ENTORNO DO DF



Produto estava embalado a vácuo, armazenado em freezer e dentro do prazo de validade

O consumidor Ricardo Fernandes Castro Costa comprou no dia 16 de abril uma carne da Friboi em um supermercado de Valparaíso de Goiás, região do Entorno do DF, cidade onde mora com a família. Ele disse que quando foi preparar o alimento para o almoço, dois dias depois, encontrou vários vermes "como recheio".  

Costa explicou que é bastante criterioso nas compras e sempre olha a cor, o estado e a validade das carnes antes de comprá-las, mas garante que dessa vez foi "enganado".  

— Na embalagem constava a informação de que a validade do produto era até o dia 25 de maio. A carne estava bem embalada a vácuo, no freezer, com uma cor ótima e sem cheiro, mas quando a preparei, no dia 18 de abril, veio a surpresa desagradável: vários vermes dentro dela.  

A filha e a mulher do consumidor também viram os parasitas e passaram mal.   

— Fiquei constrangido na frente da minha filha, que teve ânsia. Minha mulher chegou a vomitar e eu fiquei com muito nojo. Fui enganado por aquela propaganda de que as carnes dessa marca passam por um rigoroso controle de qualidade. Eles não vendem carnes próprias para consumo.  

O consumidor explicou que comprou por duas vezes as carnes da Friboi, mas que em ambas as situações passou por momentos desagradáveis. Na primeira vez, ele teria levado uma carne podre para casa.  
Depois de identificar os vermes no produto, Costa entrou em contato com a Friboi por meio do SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor), mas sem sucesso. Insatisfeito, ele decidiu usar o perfil da empresa no Facebook para fazer a denúncia, enviando uma mensagem privada com a foto dos parasitas.  
No dia seguinte, recebeu a resposta informando que a carne poderia ser trocada por um kit.  
— Eles entraram em contato e disseram que me dariam bolsa térmica com um kit de feijoada. Não aceitei, porque na minha casa não entra mais nada da Friboi. Eu já fiz a denúncia no Ministério da Agricultura, na Anvisa e na Vigilância Sanitária.   

Costa disse que também ficou surpreso com a quantidade de reclamações de outros consumidores feitas contra a marca em sites especializados na internet. Ele relatou que ao denunciar no Reclame Aqui!, notou que outras pessoas também encontraram "coisas estranhas" nas carnes fornecidas pela empresa.  

— Já encontraram cabelos humanos, moscas varejeiras, tumores e até pus nas carnes embaladas a vácuo. Tais fatos jamais poderiam acontecer, porque é a saúde do consumidor que está em jogo. Se eu não tivesse visto, teria comido aqueles vermes e poderia ter causado danos sérios à minha saúde e à da minha família.  

A empresa chegou a fazer outros contatos por telefone com o consumidor e admitiu em uma das conversas que o o parasita na verdade tratava-se de "cisticercose", um verme que geralmente é provocado durante a vacinação do gado e que pode ser letal à saúde humana.  
Em outra conversa, a atendente da empresa disse ao consumidor que precisaria recolher a carne da casa dele para analisar o que de fato havia acontecido, mas teve a proposta negada.  

— Como vou provar se eles pegarem a carne? Eles vão dizer que está tudo em ordem e dar um sumiço nela. O produto está na minha casa, congelado, e se o Ministério da Agricultura, Anvisa ou Vigilância Sanitária quiser, poderá pegar, mas a Friboi não.  

Em nota, a JBS Friboi disse que recebeu a manifestação do consumidor no dia 23 de abril e que com as informações repassadas o caso foi enviado aos setores responsáveis para analisar e investigar a procedência dos fatos.  

A empresa também garantiu que especialistas internos analisaram o suposto corpo estranho por foto e não evidenciaram contaminação do produto durante o processo produtivo, uma vez que apenas pelas imagens não é possível fazer as análises laboratoriais necessárias para identificação do que realmente se trata, mas que chegou a oferecer a devolução do valor pago pelo produto para não deixar o consumidor com prejuízo, mas sem sucesso também.  

A nota é concluída com a JBS Friboi afirmando que fez tudo o que estava ao alcance, inclusive cumprindo todas as exigências do Código de Defesa do Consumidor para tentar resolver o problema e não deixá-lo sem informações ou prejuízo financeiro.  


segunda-feira, 15 de julho de 2013

VOLTANDO AO CASO DO TODDYNHO COM SODA CÁUSTICA



Recebemos hoje um e-mail de um leitor sugerindo o texto abaixo, a respeito da matéria do Toddynho com soda cáustica.

Como a finalidade desse blog é alertar e esclarecer, julgamos interessante chamar a atenção de nossos leitores para o artigo sugerido, porque, salvo o fato de o articulista estar defendendo a sua categoria (engenheiro de alimentos) - e estar desempregado (esperemos que por pouco tempo), concordamos com o que ele diz, e mantemos nossa posição:



- nunca aceitar substituição do alimento "com cocô" (estragado etc), mas botar a boca no trombone, isto é, denunciar: à polícia, às redes sociais, aos amigos etc.

- que a indústria de alimentos não pode ter falhas e, se o que aconteceu com o Toddynho é isso mesmo que diz o artigo, isso só corrobora a nossa birra: que eles não podem deixar de ter controle total e absoluto sobre todos os processos, desde os fornecedores até os distribuidores, incluindo aí, é claro, treinamento e fiscalização dos funcionários, para evitar "falhas humanas", que é sempre uma boa desculpa - se o funcionário "falha" é porque houve alguma falha no processo de industrialização - de gerência, de fiscalização, dos recursos humanos etc., não importa, é problema da indústria. O consumidor não tem nada com isso, não pode pagar por isso.


Então, leia o artigo. É esclarecedor:


RECENTES CASOS DE BEBIDAS CONTENDO SODA CÁUSTICA

18 de março de 2013

Fonte:



O post de hoje vai ser um bem diferente do usual do blog. Se vocês estão esperando o esclarecimento de algum mito ou boato sobre alimentos, aguardem até a próxima publicação.
Recentemente, tivemos alguns casos na mídia de bebidas que foram envasadas com soluções de limpeza contendo NaOH (soda cáustica) e outros produtos danosos à saúde. 

Os mais famosos foram o caso do Toddynho:

e do Ades 


Esses casos assustaram bastante principalmente pelo principal público-alvo dos dois produtos: crianças (Toddynho) e idosos (Ades). Fiquem tranquilos que dessa vez o comentário não será favorável às empresas, muito pelo contrário. Só vou esclarecer primeiro as principais causas da contaminação para depois expressar meu manifesto sobre o assunto:

O fato é que o NaOH não é utilizado como ingrediente, aditivo ou coadjuvante na produção das bebidas citadas (se é que o seja para algum alimento em absoluto*). Diferentemente do que vi em alguns comentários por aí, essas indústrias não utilizam o composto para evitar a formação de natas no produto nem como antimicrobiano ou conservante, já que seu uso para esses fins não é permitido pela Anvisa. A soda cáustica é, na verdade, muito empregada (por seu baixo custo e alta eficiência) como um dos agentes nas soluções de limpeza das linhas de envase, agindo principalmente para remover certas substâncias que não são solúveis em água, como lipídeos.
No caso das grandes empresas (que com certeza incluem a PepsiCo e a Unilever – produtoras do Toddynho e do Ades, respectivamente) costuma-se utilizar um sistema de limpeza chamado CIP – “cleaning in place”. Simplificando, o método funciona mais ou menos assim: corta-se a alimentação dos ingredientes, que é substituída por diversas soluções de limpeza e desinfecção (ácidos, bases, clorados, etc), mantendo as linhas de produção e envase funcionando normalmente, e descartando-se o resultado. Dessa forma, tem-se uma limpeza contínua, rápida e prática, já que podemos limpar diversos equipamentos (tubulações, válvulas, trocadores de calor, bombas, etc) sem a necessidade de desmontar toda a estrutura. Após as soluções, a linha é alimentada com água até que o resultado final seja 100% água (enxágue), para depois poder processar os ingredientes para a próxima produção (lembrando de descartar os primeiros produtos, que saem “aguados”).

A implementação, manutenção e funcionamento de um sistema CIP requerem inúmeros controles (tanto automáticos quanto manuais) justamente para evitar contato das soluções de limpeza e desinfecção com o produto em processamento. Por isso que, quando nos deparamos com uma notícia desse tipo, o problema geralmente está associado a uma única linha de produção e provavelmente atrelado à falha humana.

Além disso, como a produção nessas linhas é muito rápida, é comum que sejam produzidos milhares de litros antes que o problema seja identificado, os quais podem chegar a ser comercializados. Lembrando que as análises de rotina nas empresas nem sempre são capazes de identificar a mistura de soluções de limpeza em suas bebidas, já que isso não faz parte de seus objetivos. Nesses casos, é importante que a empresa tenha um bom sistema de rastreabilidade, para que seja capaz de identificar quais os lotes com problema que devem ser recolhidos – o chamado recall.

Por mais que uma concentração de 2,5% de NaOH possa parecer pouco, já é suficiente para causar graves problemas de saúde. A soda de fato será neutralizada pelos ácidos do estômago, mas até lá (boca, faringe, esôfago) o estrago pode ser grande, causando queimaduras, irritação, ânsias e/ou enjoos. Por isso,quem ingeriu as bebidas dos lotes contaminados deve procurar ajuda médica imediatamente – além de, é claro, procurar na justiça uma indenização por parte da empresa. E quem comprou produtos, mas não chegou a consumir, deve comunicar à empresa para que, no mínimo, efetue a troca.

Agora, queria deixar aqui um desabafo. Como recém-formado e desempregado, eu percebo uma grande desvalorização do profissional engenheiro de alimentos por parte do mercado. Muitas empresas preferem contratar tecnólogos, agrônomos, nutricionistas, veterinários, farmacêuticos, biólogos, químicos ou engenheiros de outras especialidades (mecânicos, agrícolas, de produção, etc), como responsáveis pelo processamento, segurança e qualidade de alimentos em suas indústrias. Não desmerecendo essas profissões, mas em geral os mesmos não estão qualificados para lidar com a complexidade de certas áreas da indústria de alimentos. Talvez se essas empresas passassem a valorizar mais a nossa classe, não teríamos que nos deparar, com tanta frequência, com notícias como as duas acima.


*Correção: existem alguns poucos produtos que empregam soda cáustica em parte de seu processamento, como no descascamento de alguns vegetais e na produção de extrato de levedura. Sempre com o cuidado de que não pode sobrar NaOH residual no produto final.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

PROCON DETERMINA RECOLHIMENTO DE MACARRÃO COM INSETOS



Gabriela Vieira        
Agência Estado
Quarta-feira, 03 de julho de 2013, 17:42



O Procon- RJ determinou à indústria Nissin-Ajinomoto Alimentos a retirada do mercado do Rio de Janeiro de um lote do macarrão instantâneo Cup Noodles, em razão de denúncia de três consumidoras, que encontraram insetos e larvas em um dos copos do produto, sabor galinha caipira. Em nota, o Procon-RJ informa o lote do produto: D0892.



Simone Alencar, Keren Klayanne e Vanessa Fiedler fizeram a denúncia pessoalmente na
Secretaria Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor(Seprocon) nessa terça-feira, 2. A denúncia foi encaminhada ao Procon, que notificou a empresa. Uma amostra do produto também foi encaminhada para a Delegacia do Consumidor, onde será realizada perícia e, possivelmente, instaurado um procedimento criminal.



"Eu que comi primeiro e não vi nada. A minha amiga que deu a segunda garfada foi quem percebeu. Quando puxamos o garfo veio muita larva. O produto estava absolutamente lacrado, não tinha perfurações no copo ou no plástico. Então, deduzi que os insetos tinham vindo da fábrica", relatou Simone ao Procon. 



Em seu perfil no Facebook, Keren postou uma foto do macarrão, onde é possível ver os insetos. Segunda ela, as consumidoras tentaram um contato com a empresa por telefone, mas a fabricante teria se oferecido apenas para trocar o produto. O Procon-RJ realiza nesta quarta-feira, 3, inspeção em pontos de venda para verificar se a determinação foi cumprida. 



Em nota, a Nissin-Ajinomoto Alimentos Ltda informou que tomou todas as providências necessárias para investigar a reclamação. "Ressaltamos que a Nissin-Ajinomoto respeita e segue rigorosamente a legislação da Vigilância Sanitária no que dispõe às Boas Práticas de Fabricação e Comercialização", diz a nota. A empresa informou ainda que as "unidades fabris atendem a rigorosos padrões de qualidade desde a seleção dos fornecedores até a distribuição dos nossos produtos" e se colocou à disposição para esclarecimentos.

COMENTÁRIOS DO BLOG:

Mais uma palhaçada da "indústria de alimentos":

  • eles sempre cumprem todas as regras da legislação em vigor;
  • eles sempre têm rigorosos padrões de qualidade;
  • eles sempre selecionam com rigor seus fornecedores;
  • eles sempre se colocam à disposição para esclarecimentos.


OS CONSUMIDORES NÃO QUEREM DESCULPAS ESFARRAPADAS, BUROCRÁTICAS E QUE NÃO DIZEM ABSOLUTAMENTE NADA!

OS CONSUMIDORES QUEREM QUE AS INDÚSTRIAS ALIMENTÍCIAS - QUE GANHAM RIOS E RIOS DE DINHEIRO - TENHAM A HONESTIDADE DE VIR A PÚBLICO E DIZER QUE VÃO, SIM, REVER SEUS PROCESSOS; QUE VÃO, SIM, FISCALIZAR MELHOR SEUS FORNECEDORES E DISTRIBUIDORES; QUE NÃO VÃO GASTAR DINHEIRO COM PROPAGANDA ENGANOSA NEM VÃO FICAR NA DEFENSIVA, DIZENDO AS BOBAGENS DE SEMPRE!

NÃO QUEREMOS COCÔ EM NOSSAS MESAS.

NÃO QUEREMOS DESCULPAS.

QUEREMOS RESPEITO.

Então, é assim:

DENUNCIE, BOTE A BOCA NO TROMBONE, PUBLIQUE NAS REDES SOCIAIS, CHAME A IMPRENSA, MAS NÃO CAIA NA ARMADILHA DE LIGAR PARA O SAC DESSES EMPRESAS, QUE ELES VÃO ENROLAR VOCÊ, VÃO DIZER QUE TROCAM A MERCADORIA (IA DIZER A MERDA) E DEPENDENDO DO GRAU DE CARA DE PAU DE SEUS DEPARTAMENTOS DE MARKETING, ELES AINDA VÃO LHE OFERECER ALGUNS "PRESENTINHOS".

NÃO ACEITE: DENUNCIE, FALE COM SEUS AMIGOS, BOICOTE.

ESSAS SÃO AS ÚNICAS ARMAS DO CONSUMIDOR PARA SE FAZER RESPEITAR PELA INDÚSTRIA DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS.

ELES GANHAM DINHEIRO À NOSSA CUSTA E NÃO PODEM NOS PREJUDICAR.


quarta-feira, 8 de maio de 2013

LEITE ADULTERADO, MAIS UM CRIME CONTRA O CONSUMIDOR




QUALQUER PESSOA QUE SE DISPONHA A COMERCIALIZAR ALIMENTOS - SEJA O GRANDE INDUSTRIAL OU O DONO DA CARROCINHA DE CACHORRO-QUENTE DA ESQUINA DE SUA CASA - DEVE TER PRINCÍPIOS BÁSICOS DE HIGIENE E DE ÉTICA PROFISSIONAL!

Quando digo DENUNCIE, PONHA A BOCA NO TROMBONE, a mensagem é clara:

- SÓ O CONSUMIDOR PODE PRESSIONAR A INDÚSTRIA DE ALIMENTOS A AGIR DE FORMA ÉTICA E RESPONSÁVEL;

- PORQUE AS GRANDES FRAUDES ACABAM NA POLÍCIA, MAS OS PEQUENOS (E GRAVES) "DESLIZES" SÃO FRUTO DA GANÂNCIA, SÃO O RESULTADO DE QUERER LUCRO A QUALQUER CUSTO, MESMO QUE À CUSTA DA SAÚDE DO CONSUMIDOR.

A reportagem abaixo deveria ser divulgada em manchete por todos os jornais sérios do País, mas isso não ocorre. Tal tipo de notícia só chega à mídia, se não prejudicar o faturamento, já que se trata de gente poderosa e que gasta muito dinheiro em propaganda. Por isso, vamos ler e divulgar:


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08/05/2013 07h23 - Atualizado em 08/05/2013 12h59

Ministério Público faz operação 

contra adulteração de leite no RS

Mandados são cumpridos nesta quarta (8) em três regiões do estado.


Investigação começou após denúncia ao Ministério da Agricultura.











O Ministério Público do Rio Grande do Sul faz na manhã desta quarta-feira (8) uma operação contra a adulteração de leite no estado. 

De acordo com a investigação, para aumentar o lucro, os fraudadores misturavam água e até ureia ao leite. Cinco empresas de transporte de leite adulteraram o produto cru entregue para a indústria. São cumpridos nove mandados de prisão. Foram pedidos 10 mandados, mas um foi negado pela Justiça. Oito pessoas foram presas pela manhã. A força-tarefa também reúne a Receita Estadual, além de policiais civis e militares.

Conforme o MP, a simples adição de água com o objetivo de aumentar o volume acarreta perda nutricional, que é compensada pela adição da ureia, produto que contém formol em sua composição e é considerado cancerígeno pela Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer e pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

A fraude foi comprovada através de análises químicas do leite cru, onde foi possível identificar a presença do formol. Mesmo depois dos processos de pasteurização, ele persiste no produto final.


Investigação apontou que a fraude ocorria no caminho entre


o produtor e a indústria 





As ordens de prisão estão sendo cumpridas ao mesmo tempo em três regiões do Rio Grande do Sul: emHorizontina, no Noroeste, emIbirubá, no Norte, e em Guaporé, na Serra. O MP suspeita que o esquema possa ter adulterado até 100 milhões de litros nos últimos 12 meses. A investigação começou depois de uma denúncia ao Ministério da Agricultura.

A investigação apontou que a fraude ocorria no meio do caminho, entre o produtor e a indústria, nos chamados postos de resfriamento, para onde o leite é levado e armazenado antes de ser industrializado. Após a descoberta do esquema, o Ministério da Agricultura determinou o recolhimento de lotes de quatro marcas nas prateleiras dos supermercados: Latvida, Italac, Líder e Mumu (veja lista abaixo).

A investigação mostra que as indústrias não sabiam da fraude. No entanto, segundo o MP, teriam falhado ao não detectar o esquema no controle de qualidade. A orientação dos promotores é que os consumidores deixem de consumir o leite de lotes específicos de fabricação.

O diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Pagliarini, disse em entrevista à Rádio Gaúcha que recebeu informações sobre a adulteração ainda em janeiro, e informou ao Ministério da Agricultura.

"As empresas são vítimas desse processo. O sindicato tentou agir para coibir essa fraude. Já foi feito o recall desses produtos, e não existem mais os lotes nos supermercados. Quanto à quantidade de formol, nem o ministério tem a resposta", disse Pagliarini.


Fiscalização periódica detectou primeiras alterações


O Ministério da Agricultura emitiu nota técnica para explicar como foi detectada a fraude. De acordo com o Ministério, desde 2007, há fiscalização periódica por parte do Serviço de Inspeção Federal (SIF) para atestar a qualidade do produto. A partir de junho de 2012, o SIF começou a detectar a presença de formaldeído nas amostas de leite cru em alguns postos de refrigeração no estado.

No início deste ano, o laboratório do Ministério em Pedro Leopoldo (MG) confirmou a presença da substância em seis lotes da marca Italac pertencente à Goias Minas, em Passo Fundo. A partir deste resultado, foram coletadas amostras de todos os leites UHT produzidos no Rio Grande do Sul. Foi encontrada adulteração em lotes das marcas Líder e Mumu.

As investigações apontam para adição de ureia agrícola no leite cru, com o formaldeído acrescido por fazer parte da composição do produto. A adulteração tinha como objetivo aumentar o volume com água e tentar manter os padrões do leite. 

A Superintendência Federal de Agricultura no RS concluiu que a fraude não ocorria nas indústrias, mas nos transportadores, que só podem ser fiscalizados quando estão nas indústrias ou nos postos de resfriamento de leite.

De acordo com a nota, alguns transportadores atuam de forma independente e negociam o volume e o preço do leite entre os produtores e as indústrias. A remuneração ocorre por volume e não por quilômetro rodado.  A investigação mostra que as indústrias não sabiam da fraude. No entanto, segundo o MP, teriam falhado ao não detectar o esquema no controle de qualidade.

A orientação dos promotores é que os consumidores deixem de beber o leite de lotes específicos de fabricação. Quem tiver o produto em casa ou identificar a presença do produto no comércio pode informar o MPRS por e-mail , destacando marca, número do lote e data de fabricação.

O que diz a Mu-Mu

Por volta das 11h40, a Mu-Mu se manifestou através de nota por e-mail afirmando que "a empresa atende a todos os requisitos e protocolos de testes de matéria prima exigidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento". No texto constam outros esclarecimentos: "A investigação do Ministério Público está concentrada no transporte entre o produtor leiteiro e os postos de resfriamento, onde o produto fica armazenado antes da entrada em nossa fábrica. A empresa permanece à disposição do MP e MAPA, no que for solicitado".
A Mu-Mu também informa aos consumidores que eventualmente possuem os produtos do lote 3 ARC, fabricação 18 de janeiro de 2013, ou tiverem dúvidas, o Sistema de Atendimento ao Consumidor presta esclarecimentos no número 0800 51 7542, de segunda a sexta, das 7h30 às 18h30 e, aos sábados, das 7h30 às 13h30.

O que diz a Latvida

Em contato com o G1, a empresa Latvida informou que está operando normalmente. Segundo a assessoria de comunicação, a ação do Ministério Público está sendo direcionada exclusivamente aos transportadores do leite no estado. Em relação a este serviço, a marca disse que "está sendo eficiente até o momento".

A Latvida ainda afirmou que os problemas aconteceram no lote 196 do leite UHT desnatado e que todos os outros estão liberados para o consumo. "Estamos vendo essa ação do MP com naturalidade. Nossos laboratórios funcionam 24 horas por dia e temos um laboratório móvel que percorre as regiões dos 1,6 mil produtores que temos no estado", disse o assessor de comunicação da empresa, Paulo Pereira.

O G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa da marca Líder às 9h e foi informado que a empresa analisa as informações da operação e vai se pronunciar mais tarde. Por volta das 9h40, a Italac avisou que se manifestará através de uma nota.

Confira os lotes não recomendados para consumo pelo Ministério Público

Leite Líder - UHT Integral
SIF 4182 - Fabricação: 17/12/12
Lote: TAP 1 MB

Leite Italac - UHT Integral
Goiás Minas - SIF 1369
Fabricação: 30/10/12 - Lote: L05 KM3
Fabricação: 5/11/12 - Lote: L13 KM3
Fabricação: 7/11/12 - Lote: L18 KM3
Fabricação: 8/11/12 - Lote: L22 KM4
Fabricação: 9/11/12 - Lote: L23 KM1

Leite Italac - UHT semidesnatado
Goiás Minas - SIF 1369
Fabricação: 5/11/12 - Lote: L12 KM1

Leite Mumu - UHT Integral
Vonpar - SIF 1792
Fabricação: 18/01/13
Lote: 3 ARC

Leite Latvida - UHT Desnatado
VRS - Latvida - CISPOA 661
Fabricação: 16/2/2013 Validade: 16/6/2013
O MP não divulgou o número do lote


Fraude em 2007 foi investigada pela Polícia Federal
Em outubro de 2007, a Polícia Federal desencadeou uma operação chamada Ouro Branco, que investigava cooperativas por adulteração de leite. Cerca de 200 policiais federais realizaram a operação na Copervale, em Uberaba e na Casmil, em Passos, ambas em Minas Gerais. Na ocasião, galões e sacos de peróxido de hidrogênio (água oxigenada) e citrato de sódio, foram apreendidos. Segundo o Ministério Público, as substâncias eram adicionadas ao leite com o objetivo de aumentar o tempo de conservação do produto e disfarçar a adição de soro usado para dar mais volume à bebida.