QUALQUER PESSOA QUE SE DISPONHA A COMERCIALIZAR ALIMENTOS - SEJA O GRANDE
INDUSTRIAL OU O DONO DA CARROCINHA DE CACHORRO-QUENTE DA ESQUINA DE SUA CASA -
DEVE TER PRINCÍPIOS BÁSICOS DE HIGIENE E DE ÉTICA PROFISSIONAL!
Quando
digo DENUNCIE, PONHA A BOCA NO TROMBONE, a mensagem é clara:
-
SÓ O CONSUMIDOR PODE PRESSIONAR A INDÚSTRIA DE ALIMENTOS A AGIR DE FORMA ÉTICA
E RESPONSÁVEL;
-
PORQUE AS GRANDES FRAUDES ACABAM NA POLÍCIA, MAS OS PEQUENOS (E GRAVES)
"DESLIZES" SÃO FRUTO DA GANÂNCIA, SÃO O RESULTADO DE QUERER LUCRO A
QUALQUER CUSTO, MESMO QUE À CUSTA DA SAÚDE DO CONSUMIDOR.
A
reportagem abaixo deveria ser divulgada em manchete por todos os jornais sérios
do País, mas isso não ocorre. Tal tipo de notícia só chega à mídia, se não
prejudicar o faturamento, já que se trata de gente poderosa e que gasta muito
dinheiro em propaganda. Por isso, vamos ler e divulgar:
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08/05/2013
07h23 - Atualizado em 08/05/2013 12h59
Ministério Público faz operação
contra adulteração de
leite no RS
Mandados são cumpridos nesta quarta (8) em três regiões do estado.
Investigação começou após denúncia ao Ministério da Agricultura.
O Ministério Público do Rio Grande do Sul faz na manhã desta quarta-feira (8)
uma operação contra a adulteração de leite no estado.
De acordo com a
investigação, para aumentar o lucro, os fraudadores misturavam água e até ureia
ao leite. Cinco empresas de transporte de leite adulteraram o produto cru
entregue para a indústria. São cumpridos nove mandados de prisão. Foram pedidos
10 mandados, mas um foi negado pela Justiça. Oito pessoas foram presas pela
manhã. A força-tarefa também reúne a Receita Estadual, além de policiais civis
e militares.
Conforme o MP, a simples adição de água
com o objetivo de aumentar o volume acarreta perda nutricional, que é
compensada pela adição da ureia, produto que contém formol em sua composição e
é considerado cancerígeno pela Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer
e pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
A fraude foi comprovada através de
análises químicas do leite cru, onde foi possível identificar a presença do
formol. Mesmo depois dos processos de pasteurização, ele persiste no produto
final.
o produtor e a indústria
As ordens de prisão estão sendo cumpridas
ao mesmo tempo em três regiões do Rio Grande do Sul: emHorizontina, no Noroeste, emIbirubá, no Norte, e em Guaporé, na Serra. O MP suspeita que o
esquema possa ter adulterado até 100 milhões de litros nos últimos 12 meses. A
investigação começou depois de uma denúncia ao Ministério da Agricultura.
A investigação apontou que a fraude
ocorria no meio do caminho, entre o produtor e a indústria, nos chamados postos
de resfriamento, para onde o leite é levado e armazenado antes de ser
industrializado. Após a descoberta do esquema, o Ministério da Agricultura
determinou o recolhimento de lotes de quatro marcas nas prateleiras dos
supermercados: Latvida, Italac, Líder e Mumu (veja lista abaixo).
A investigação mostra que as indústrias
não sabiam da fraude. No entanto, segundo o MP, teriam falhado ao não detectar
o esquema no controle de qualidade. A orientação dos promotores é que os
consumidores deixem de consumir o leite de lotes específicos de fabricação.
O diretor-executivo do Sindicato das
Indústrias de Laticínios e Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan
Pagliarini, disse em entrevista à Rádio Gaúcha que recebeu informações sobre a
adulteração ainda em janeiro, e informou ao Ministério da Agricultura.
"As empresas são vítimas desse
processo. O sindicato tentou agir para coibir essa fraude. Já foi feito o
recall desses produtos, e não existem mais os lotes nos supermercados. Quanto à
quantidade de formol, nem o ministério tem a resposta", disse Pagliarini.
Fiscalização periódica detectou primeiras
alterações
O Ministério da Agricultura emitiu nota técnica para explicar como foi detectada a fraude. De acordo com o Ministério, desde 2007, há fiscalização periódica por parte do Serviço de Inspeção Federal (SIF) para atestar a qualidade do produto. A partir de junho de 2012, o SIF começou a detectar a presença de formaldeído nas amostas de leite cru em alguns postos de refrigeração no estado.
No início deste ano, o laboratório do
Ministério em Pedro Leopoldo (MG) confirmou a presença da substância em seis
lotes da marca Italac pertencente à Goias Minas, em Passo Fundo. A partir deste
resultado, foram coletadas amostras de todos os leites UHT produzidos no Rio
Grande do Sul. Foi encontrada adulteração em lotes das marcas Líder e Mumu.
As investigações apontam para adição de
ureia agrícola no leite cru, com o formaldeído acrescido por fazer parte da
composição do produto. A adulteração tinha como objetivo aumentar o volume com
água e tentar manter os padrões do leite.
A Superintendência Federal de
Agricultura no RS concluiu que a fraude não ocorria nas indústrias, mas nos
transportadores, que só podem ser fiscalizados quando estão nas indústrias ou
nos postos de resfriamento de leite.
De acordo com a nota, alguns
transportadores atuam de forma independente e negociam o volume e o preço do
leite entre os produtores e as indústrias. A remuneração ocorre por volume e
não por quilômetro rodado. A investigação mostra que as indústrias não
sabiam da fraude. No entanto, segundo o MP, teriam falhado ao não detectar o
esquema no controle de qualidade.
A orientação dos promotores é que os
consumidores deixem de beber o leite de lotes específicos de fabricação. Quem
tiver o produto em casa ou identificar a presença do produto no comércio pode
informar o MPRS por e-mail , destacando marca, número do lote e data de
fabricação.
O que diz a Mu-Mu
Por volta das 11h40, a Mu-Mu se manifestou através de nota por e-mail afirmando que "a empresa atende a todos os requisitos e protocolos de testes de matéria prima exigidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento". No texto constam outros esclarecimentos: "A investigação do Ministério Público está concentrada no transporte entre o produtor leiteiro e os postos de resfriamento, onde o produto fica armazenado antes da entrada em nossa fábrica. A empresa permanece à disposição do MP e MAPA, no que for solicitado".
A Mu-Mu também informa aos consumidores
que eventualmente possuem os produtos do lote 3 ARC, fabricação 18 de janeiro
de 2013, ou tiverem dúvidas, o Sistema de Atendimento ao Consumidor presta
esclarecimentos no número 0800 51 7542, de segunda a sexta, das 7h30 às 18h30
e, aos sábados, das 7h30 às 13h30.
O que diz a Latvida
Em contato com o G1, a empresa Latvida informou que está operando normalmente. Segundo a assessoria de comunicação, a ação do Ministério Público está sendo direcionada exclusivamente aos transportadores do leite no estado. Em relação a este serviço, a marca disse que "está sendo eficiente até o momento".
A Latvida ainda afirmou que os problemas
aconteceram no lote 196 do leite UHT desnatado e que todos os outros estão
liberados para o consumo. "Estamos vendo essa ação do MP com naturalidade.
Nossos laboratórios funcionam 24 horas por dia e temos um laboratório móvel que
percorre as regiões dos 1,6 mil produtores que temos no estado", disse o
assessor de comunicação da empresa, Paulo Pereira.
O G1 entrou em contato com a assessoria de
imprensa da marca Líder às 9h e foi informado que a empresa analisa as
informações da operação e vai se pronunciar mais tarde. Por volta das 9h40, a
Italac avisou que se manifestará através de uma nota.
Confira os lotes não recomendados para
consumo pelo Ministério Público
Leite Líder - UHT Integral
SIF 4182 - Fabricação: 17/12/12
Lote: TAP 1 MB
SIF 4182 - Fabricação: 17/12/12
Lote: TAP 1 MB
Leite Italac - UHT Integral
Goiás Minas - SIF 1369
Fabricação: 30/10/12 - Lote: L05 KM3
Fabricação: 5/11/12 - Lote: L13 KM3
Fabricação: 7/11/12 - Lote: L18 KM3
Fabricação: 8/11/12 - Lote: L22 KM4
Fabricação: 9/11/12 - Lote: L23 KM1
Goiás Minas - SIF 1369
Fabricação: 30/10/12 - Lote: L05 KM3
Fabricação: 5/11/12 - Lote: L13 KM3
Fabricação: 7/11/12 - Lote: L18 KM3
Fabricação: 8/11/12 - Lote: L22 KM4
Fabricação: 9/11/12 - Lote: L23 KM1
Leite Italac - UHT semidesnatado
Goiás Minas - SIF 1369
Fabricação: 5/11/12 - Lote: L12 KM1
Goiás Minas - SIF 1369
Fabricação: 5/11/12 - Lote: L12 KM1
Leite Mumu - UHT Integral
Vonpar - SIF 1792
Fabricação: 18/01/13
Lote: 3 ARC
Vonpar - SIF 1792
Fabricação: 18/01/13
Lote: 3 ARC
Leite Latvida - UHT Desnatado
VRS - Latvida - CISPOA 661
Fabricação: 16/2/2013 Validade: 16/6/2013
VRS - Latvida - CISPOA 661
Fabricação: 16/2/2013 Validade: 16/6/2013
O MP não divulgou o número do lote
Fraude em 2007 foi investigada pela
Polícia Federal
Em outubro de 2007, a Polícia Federal desencadeou uma operação chamada Ouro Branco, que investigava cooperativas por adulteração de leite. Cerca de 200 policiais federais realizaram a operação na Copervale, em Uberaba e na Casmil, em Passos, ambas em Minas Gerais. Na ocasião, galões e sacos de peróxido de hidrogênio (água oxigenada) e citrato de sódio, foram apreendidos. Segundo o Ministério Público, as substâncias eram adicionadas ao leite com o objetivo de aumentar o tempo de conservação do produto e disfarçar a adição de soro usado para dar mais volume à bebida.
Em outubro de 2007, a Polícia Federal desencadeou uma operação chamada Ouro Branco, que investigava cooperativas por adulteração de leite. Cerca de 200 policiais federais realizaram a operação na Copervale, em Uberaba e na Casmil, em Passos, ambas em Minas Gerais. Na ocasião, galões e sacos de peróxido de hidrogênio (água oxigenada) e citrato de sódio, foram apreendidos. Segundo o Ministério Público, as substâncias eram adicionadas ao leite com o objetivo de aumentar o tempo de conservação do produto e disfarçar a adição de soro usado para dar mais volume à bebida.
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