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Não aceitamos o SUBORNO de troca de mercadoria!
QUEREMOS RESPEITO, para não continuarmos a comer comida podre, com bichos, com cocô!

sexta-feira, 17 de março de 2017

OPERAÇÃO DA PF EM FRIGORÍFICOS COLOCA CARNE BRASILEIRA SOB SUSPEITA






O consumidor brasileiro não pode relaxar. Nem as autoridades. Nem a Polícia Federal, agora envolvida numa gigantesca operação de fraude contra o povo. Leia e anote bem o nome das empresas envolvidas, veja as desculpas de sempre. Assim como são sempre as mesmas desculpas, também são sempre as mesmas as empresas envolvidas em sujeira e em desrespeito ao consumidor. 





CASOS RELATADOS EM INVESTIGAÇÃO 

ENVOLVEM ALGUMAS DAS MAIORES EMPRESAS DO MUNDO

Fernando Mellis, do R7

Frigoríficos pagavam fiscais para continuar operações fora da lei

Rogério Cassimiro/Folhapress - 26.08.2008

As denúncias de que grandes frigoríficos brasileiros — pertencentes a algumas das maiores empresas do ramo no mundo — estavam pagando propina para manter produção irregular põem a carne brasileira sob suspeita, tanto de consumidores domésticos quanto de exportadores. 



A Polícia Federal investigou cerca de 40 empresas. Nesta sexta-feira (17), quando foi deflagrada a Operação Carne Fraca, o delegado responsável, Maurício Moscardi Grillo, destacou que em todas elas "tinham problemas sérios". 



— É possível que a gente tenha consumido produtos de baixa qualidade, no mínimo. Senão estragada, de qualidade inferior àquela que deveria ter sido fornecida. 



Multinacionais como a JBS (dona das marcas Friboi, Seara e Swift) e a BRF (dona da Sadia, Perdigão) são citadas nas investigações. Leia posicionamento das empresas abaixo.



A Polícia Federal chegou a pedir o fechamento de uma unidade da BRF em Mineiros (GO), mas que foi indeferida pelo juiz federal Marcos Josegrei da Silva. Antes de qualquer decisão desse tipo, ele preferiu remeter o tema ao Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).



Ministério da Agricultura "foi tomado de assalto", diz juiz





Os investigadores interceptaram ainda, com autorização da Justiça, ligações de um diretor da BRF (dona das marcas Sadia e Perdigão), André Baldissera, sobre a necessidade de intervir no Sipoa-GO (Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal em Goiás) para evitar a interrupção das operações da empresa em Mineiros.



Parte da denúncia envolvendo a BRF em Goiás envolve ainda a exportação de carne de peru contaminada.



Em conversa do executivo da BRF com interlocutores, ele fala sobre uma carga de 18 toneladas que foi devolvida por autoridades sanitárias europeias, por estar contaminada com salmonella. 



A salmonella é responsável por causar problemas gastrointestinais, como a infecção alimentar, que tem como sintomas febre, diarreia e vômito.



"Chega a causar náuseas a naturalidade com a qual ambos tratam a destinação a ser dada para a carne podre, com salmonela e altamente imprópria para consumo - colocar no digestor [para fazer ração] ou fazer mortadela", diz o juiz.



O magistrado ainda cita outro detalhe da investigação que aponta que a BRF teria decidido que "a carga seria então vendida 'para outros lados'".



O diretor de relações institucionais e governamentasi da BRF, Roney Nogueira dos Santos, foi preso preventivamente hoje. Já o vice-presidente, José Roberto Pernomian Rodrigues, foi levado pelos agentes para prestar depoimento.



Ao longo da investigação foi apurado que frigoríficos pequenos e grandes, como Seara (JBS) e BRF (Sadia e Perdigão) cometeram diversas irregularidades.



Porém, o despacho judicial destaca que (nem todos cometem todas as irregularidades adiante): reembalagem de produtos vencidos; excesso de água; inobservância da temperatura adequada das câmaras frigoríficas; assinaturas de certificados para exportação fora da sede da empresa e do Mapa, sem checagem in loco; venda de carne imprópria para o consumo humano; uso de produtos cancerígenos em doses altas para ocultar as características que impediriam o consumo pelo consumidor.



Em um caso ainda mais assustador, os donos do frigorífico gaúcho Peccin, falam sobre usar cabeça de suíno para produzir linguiça calabresa, o que eles mesmo admitem ser proibido.



"A conclusão a que se chega é a de que a menor das preocupações que possuem é a de inspecionar a adequação aos parâmetros de qualidade dos produtos que depois serão consumidos por brasileiros e, nos casos de exportação, por estrangeiros. A finalidade principal evidenciada nos relatórios policiais de monitoramento telefônico é a de obter benefícios pessoais de todas as espécies dos 'fiscalizados'. Vão de somas maiores e menores de dinheiro e passam por caixas de carnes, frango, pizzas, ração para animais, embutidos, favores diversos (de obtenção gratuita de botas e roupas de trabalho a apoio para familiar fazer teste em ecola de futebol), viagens, etc.", diz o juiz federal no despacho.



O delegado da PF, no entanto, ressalta que alguns dos fiscais corruptos que permitiam que empresas operassem na ilegalidade não tinham coragem de consumir as cestas de produtos que ganhavam. 



Outro lado



A JBS diz que três unidades (duas no Paraná e uma em Goiás) foram alvos da operação de hoje. Um veterinário da empresa, cedido ao Ministério da Agricultura também teve ordem judicial expedida contra ele.



"A JBS no Brasil e no mundo adota rigorosos padrões de qualidade, com sistemas, processos e controles que garantem a segurança alimentar e a qualidade de seus produtos. A companhia destaca ainda que possui diversas certificações emitidas por reconhecidas entidades em todo o mundo que comprovam as boas práticas adotadas na fabricação de seus produtos", diz a multinacional em nota.



Ainda no comunicado, a empresa afirma que "repudia veementemente qualquer adoção de práticas relacionadas à adulteração de produtos – seja na produção e/ou comercialização - e se mantém à disposição das autoridades com o melhor interesse em contribuir com o esclarecimento dos fatos".



A BRF informou por nota que "assegura a qualidade e a segurança de seus produtos e garante que não há nenhum risco para seus consumidores, seja no Brasil ou nos mais de 150 países em que atua". A companhia ainda declarou que está colaborando com as autoridades e que "possui rigorosos processos e controles e não compactua com práticas ilícitas".



ATÉ MERENDA ESCOLAR TEVE CARNE 

ADULTERADA, APONTA POLÍCIA FEDERAL





Pedro Ladeira/Folhapress 

Brasilia, DF,Brasil 17.03.2017

Agentes da PF cumprem mandado de busca e apreensao na sede do ministerio da agricultura, em Brasília, na operacao Carne Fraca. 


ESTELITA HASS CARAZZAI, de Curitiba

17/03/2017 

Até mesmo a merenda escolar de estudantes da rede estadual do Paraná recebeu carne adulterada investigada na Operação Carne Fraca, deflagrada nesta sexta (17) pela Polícia Federal.



Os estudantes comeram salsicha de peru, na prática, sem carne, com substituição por proteína de soja, fécula de mandioca e carne de frango.



Foi com esse contrato, cujas suspeitas foram encaminhadas por um servidor do Ministério da Agricultura à PF, que começou a investigação.



Ao longo de dois anos de apuração, a PF identificou carnes adulteradas, com prazo de validade vencido e maquiadas com produtos proibidos por lei, em gôndolas de supermercados.



Entre os frigoríficos investigados, estão algumas das maiores empresas do setor, como BRF e JBS, além de outras pequenas indústrias que são suas fornecedoras.



A liberação da carne adulterada foi feita por fiscais do Ministério da Agricultura, que recebiam propina dos frigoríficos para afrouxar a fiscalização.



Produtos vencidos e estragados eram tratados com ácido ascórbico, um produto potencialmente cancerígeno, e tinham os rótulos trocados.



"Inúmeras crianças de escolas públicas estaduais do Paraná estão se alimentando de merendas compostas por produtos vencidos, estragados e muitas vezes até cancerígenos para atender o interesse econômico desta poderosa organização criminosa", escreveu o delegado Maurício Moscardi Grillo.



CORRUPTORES



A maior parte dos frigoríficos, segundo a PF, atuava de forma ativa para se beneficiar do esquema de corrupção.



"Não havia extorsão, mas sim benefício", diz Moscardi. "Os empresários incentivavam e articulavam vantagens para a empresa, de forma a burlar a lei. Eram corruptores, e não extorquidos."



Por meio do pagamento de propinas, os frigoríficos conseguiam a transferência de fiscais considerados "capetas", que não aliviavam as fiscalizações, a liberação de plantas com ocorrências de salmonella e outras irregularidades, além da autorização da venda de produtos maquiados.



O dinheiro dado aos fiscais era entregue dentro de isopores, por transferências bancárias em nome de terceiros ou até em picanhas e outras carnes nobres.



OUTRO LADO



A JBS, por meio de sua assessoria, afirma em nota que a empresa "e suas subsidiárias atuam em absoluto cumprimento de todas as normas regulatórias em relação à produção e a comercialização de alimentos no país e no exterior e apoia as ações que visam punir o descumprimento de tais normas".



"A Companhia repudia veementemente qualquer adoção de práticas relacionadas à adulteração de produtos –seja na produção e/ou comercialização– e se mantém à disposição das autoridades com o melhor interesse em contribuir com o esclarecimento dos fatos", diz a nota.



A BRF diz, por meio de comunicado, que está colaborando com as autoridades. Ela afirma não compactuar com práticas ilícitas e que seus produtos e a comercialização deles seguem "rigorosos processos e controles"



"A BRF assegura a qualidade e a segurança de seus produtos e garante que não há nenhum risco para seus consumidores", afirma a empresa.



Em nota, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, afirma que determinou o afastamento imediato de todos os envolvidos e a instauração de procedimentos administrativos. "Todo apoio será dado à PF nas apurações. Minha determinação é tolerância zero com atos irregulares no MAPA", diz.



Ele afirma que suspendeu uma licença de dez dias que tiraria da pasta diante da deflagração da operação e que, neste momento, "toda a atenção é necessária para separarmos o joio do trigo". "Muitas ações já foram implementadas para corrigir distorções e combater a corrupção e os desvios de conduta e novas medidas serão tomadas".





A reportagem entrou em contato com o frigorífico Peccin, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

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