Porque é isto o que as empresas fazem: tentam "comprar" o consumidor, calar sua boca, com desculpas esfarrapadas (como deu a Ferrero Rocher no artigo abaixo) ou pedindo "humildes" desculpas.
Mas, se você aceita as tais desculpas; se você aceita a troca da mercadoria estragada; se você aceita os "presentinhos" da empresa, você está sendo CONIVENTE com a bandalheira.
Só denunciando, processando, reclamando muito é que conseguiremos que as empresas que industrializam e vendem alimentos tomem vergonha na cara e melhorem seus controles de qualidade.
Não se deixe enganar: ponha a boca no trombone, quando encontrar comida com cocô!
OVO DE PÁSCOA DA FERRERO ROCHER COM LARVAS VIVAS!
Carol Knoploch, Diário de S.Paulo
SÃO PAULO - A Páscoa de Simone Ferreira da Silva, de 29 anos, foi amarga. Não por falta de ovos dechocolate: gastou R$ 148,89 nas Lojas Americanas e levou para casa dez ovos, dois da marca italiana Ferrero Rocher. Na última sexta-feira, logo após a compra, abriu um deles e achou que algo estava errado.
- Tinha farelo na embalagem de plástico. Mordi e vi uma larva. Joguei o bicho fora e, quando olhei de novo, tinha vários dentro do ovo. Nojento - descreve a vendedora, que presenteou o sobrinho com o outro ovo Ferrero Rocher.
- Por pouco ele não comeu o ovo com as larvas.
- Na Páscoa, criança come chocolate adoidado. Não olha direito para o que coloca na boca. Pode engolir um negócio desses e passar mal - disse Maria Valdeci da Silva, de 57 anos, mãe de Simone, que ganhou ovo de chocolate branco, de outra marca.
Simone comenta que percorreu cinco supermercados atrás do ovo Ferrero Rocher, o predileto do sobrinho. Segundo ela, foi difícil para achar e o preço não é barato, quase R$ 30.
Depois do episódio, não comeu mais ovos de chocolate.
- Perdeu a graça. Só ganhei um bombom do meu marido para matar a vontade - afirmou.
Ela ligou para a Central de Atendimento da Ferrero Rocher no dia seguinte. A empresa informou que enviaria outro ovo nesta terça-feira.
- Mas, depois da Páscoa, não quero mais - disse.
Simone fotografou o ovo, cuja validade expira em 31 de julho, anotou o número de série (7797394000282) e guardou a nota fiscal da Lojas Americanas, à Rua 12 de Outubro, 82/92. Pensa em processar as empresas.
- Tive dor de barriga. Provavelmente, reação psicológica, porque foi muito nojento.
O italiano Paolo Cornero, responsável pela área comercial da Ferrero Rocher no Brasil, disse que o problema não é de fabricação.
- Nossa fábrica em Poços de Caldas tem mecanismos para assegurar que isso não aconteça. Um deles é atrair as borboletas, se elas conseguirem entrar na fábrica, por meio do olfato. Assim, não depositam os ovos nas avelãs, que processamos há mais de 60 anos - explica.
Segundo ele, as fábricas têm pressão do ar superior ao ambiente externo justamente para evitar que o ar e, conseqüentemente bichos, entrem ao abrir uma porta, por exemplo.
- Com a pressão maior, o ar do interior é que vai para fora - diz Cornero, para quem as larvas são de borboleta.
- Elas se alimentam principalmente de farinha e de nozes (ou avelã). Deve ter sido transferência de contaminação na estocagem. Os ovos se transformam em larvas e, depois, em borboletas. O ciclo é de 28 dias.
O executivo disse ainda que a distribuição do produto é feita em caminhões refrigerados para evitar contágio. Observa que, dos 3,2 milhões de ovos vendidos no Brasil nesta Páscoa, apenas esses dois ovos apresentaram problema. A empresa vai analisar o ovo em laboratório.
Já o revendedor respondeu por email: “As Lojas Americanas informam que o fato relatado foge aos padrões de qualidade e de prestação de serviços da empresa. A companhia adota processos rígidos de controle de estoque e de exposição de produtos para seus consumidores. Esclarece por fim que vai averiguar o ocorrido para que o caso seja esclarecido.”